terça-feira, 29 de setembro de 2009

Dieta mediterrânea 'previne doenças crônicas'

Dieta mediterrânea
Dieta mediterrânea é rica em verduras, legumes, peixes e frutas
A chamada dieta mediterrânea – rica em legumes, verduras, frutas e peixes – ajuda a prevenir as doenças crônicas mais comuns, como Mal de Alzheimer, câncer, Mal de Parkinson e doenças cardiovasculares, segundo um estudo publicado no site da revista médica britânica BMJ (British Medical Journal).

Há anos, os hábitos alimentares das populações que vivem às margens do Mar Mediterrâneo têm a reputação de ser um modelo de alimentação saudável e de contribuir para uma saúde e uma qualidade de vida melhores.

Tradicionalmente, a dieta mediterrânea costuma ser rica em azeite de oliva, grãos, frutas, nozes, legumes e peixe, além de preconizar um consumo moderado de álcool e baixo de carnes vermelhas e laticínios.

Pesquisas anteriores já haviam indicado que a dieta mediterrânea pode ajudar a prevenir doenças cardiovasculares e câncer, mas ainda não havia sido realizada uma meta-análise, ou seja, uma avaliação de vários outros estudos já publicados.

Análise de estudos

Por isso, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Florença, na Itália, examinou 12 estudos de vários países que, juntos, reuniam mais de 1,5 milhão de participantes e acompanharam os hábitos alimentares e a saúde deles por períodos de três a 18 anos.

O objetivo foi estabelecer uma relação entre a adoção da dieta mediterrânea, a morte prematura e a ocorrência de doenças crônicas.

Incidência de câncer é menor entre vegetarianos, diz estudo

Legumes (arquivo)

Quase um terço dos participantes adotavam dieta vegetariana

Um estudo realizado na Grã-Bretanha sugere que uma dieta vegetariana pode ajudar a prevenir câncer.

Os pesquisadores analisaram dados de 52,7 mil pessoas com idades de 20 a 89 anos, e concluíram que as que não comiam carne tinham uma incidência significativamente menor de câncer do que as que incluiam carne em sua dieta.

O estudo revelou, contudo, que os vegetarianos - quase um terço dos participantes - tinham uma maior incidência de câncer colorretal, que abrange tumores que atingem o cólon (intestino grosso) e o reto.

Este tipo de câncer geralmente está associado ao consumo de carne vermelha e a descoberta surpreendeu os pesquisadores.

O autor da pesquisa, Tim Key, da organização Cancer Research UK, disse que nenhum estudo anterior havia examinado a dieta vegetariana dessa forma e a questão gera muita confusão.

"É interessante. Ele (o estudo) sugere que pode haver alguma redução do risco de câncer em vegetarianos e pessoas que comem peixe e precisamos examinar isto com cuidado", afirmou.

"Ele (o estudo) não sustenta a ideia de que vegetarianos têm uma incidência mais baixa de câncer colorretal e eu acho que (...) nós precisamos analisar com mais cuidado como a carne se encaixa nisto."

O estudo foi publicado no American Journal of Clinical Nutrition.

Boa parte dos casos de câncer no Brasil poderia ser evitada, diz estudo

Comer alimentos não industrializados pode reduzir a chance de câncer

Cerca de 30% dos casos de 11 tipos de cânceres pesquisados poderiam ser facilmente evitados no Brasil, de acordo com um estudo divulgado nesta quinta-feira, com a adoção de uma dieta saudável, a prática de mais exercícios físicos e um controle de peso adequado.

O relatório Policy and Action for Câncer Prevention (Política e Ação para a Prevenção do Câncer), uma parceria do Fundo Mundial de Pesquisas sobre Câncer (WCRF, na sigla em inglês) e do Instituto Americano para a Pesquisa do Câncer (AICR, na sigla em inglês), calculou a porcentagem dos casos de vários tipos da doença que poderiam ser evitados também nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha e na China.

Os pesquisadores calculam que um quarto dos casos de câncer em países de baixo poder aquisitivo como a China poderiam ser evitados com esses hábitos saudáveis. Em países desenvolvidos, a proporção sobe para um terço.

O Brasil, como país de poder aquisitivo considerado médio, se encontra no meio do caminho entre estas duas proporções, segundo o relatório.

Brasil

Ao todo, 11 tipos de câncer foram estudados no Brasil e na China: o de boca, laringe e faringe (considerado uma única categoria); esôfago, pulmão, estômago, pâncreas, vesícula biliar, cólon, fígado, mama, endométrio (mucosa uterina) e rim. Nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, o câncer de próstata também foi pesquisado.

Os cientistas concluíram que cerca de 63% dos casos de câncer de boca, laringe e faringe no Brasil poderiam ser prevenidos, igual à proporção americana, um pouco menor do que a britânica (67%) e maior do que a chinesa (44%)

Em termos absolutos, o maior impacto seria na prevenção do câncer de mama, que é o segundo caso mais frequente da doença entre as brasileiras, atrás apenas do câncer de pele.

O Instituto Nacional do Câncer calcula que 49 mil casos de câncer de mama devem ser registrados no país em 2009. Consequentemente, segundo os cálculos da pesquisa, quase 14 mil casos poderiam ser prevenidos.

Recomendações

"Esperamos um crescimento substancial dos índices de câncer com o envelhecimento das populações, o aumento da obesidade, com as pessoas menos ativas e consumindo cada vez mais comidas pouco saudáveis", afirmou Martin Wiseman, diretor da pesquisa.

"A boa notícia é que isso não é inevitável e ainda podemos evitar uma crise, antes que seja tarde demais."

Entre as recomendações dos pesquisadores estão:

  • as escolas devem encorajar a alimentação saudável e as atividades físicas;
  • instituições de ensino não devem vender alimentos pouco saudáveis aos alunos;
  • os governos devem encorajar a população a caminhar e andar de bicicleta;
  • os governos devem tornar leis as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS);
  • a indústria alimentícia deve fazer da saúde pública a prioridade durante todos os estágios da produção.

Bebidas quentes podem aumentar risco de câncer, diz estudo

Chá (arquivo)

O risco da doença está ligado ao consumo regular de bebidas excessivamente quentes

Uma pesquisa da Universidade de Teerã sugere que o consumo de bebidas excessivamente quentes, a 70 graus centígrados ou mais, pode aumentar o risco de câncer no esôfago.

Especialistas afirmam que a descoberta pode explicar o aumento no risco de câncer no esôfago entre populações de países fora do Ocidente.

O câncer no esôfago, o tubo muscular que leva os alimentos da garganta para o estômago, mata mais de 500 mil pessoas no mundo todo por ano e o carcinoma das células escamosas do esôfago (OSCC, na sigla em inglês) é o tipo mais comum.

Cigarros e bebidas alcoólicas são os principais fatores ligados ao desenvolvimento de câncer no esôfago na Europa e países da América.

Mas ainda não se sabia a razão de outras populações no resto do mundo apresentarem altas taxas da doença, apesar de já existir uma teoria que liga o consumo regular de bebidas muito quentes a danos no revestimento interno do esôfago.

A pesquisa foi publicada na revista especializada British Medical Journal.

Consumo de c

'Brócolis pode reverter danos ao coração'

brócolis
Vegetal pode reduzir mal causado por excesso de açúcar em diabéticos
Um estudo conduzido por pesquisadores britânicos sugere que o brócolis pode reverter danos causados pela diabetes aos vasos sangüíneos do coração.

A equipe, da Universidade de Warwick, acredita que um composto fabricado pelo vegetal, o sulforafano, seria responsável pela produção de enzimas que protegem os vasos, e de moléculas que reduzem danos causados às células pelo excesso de açúcar.

Segundo os especialistas, os diabéticos têm até cinco vezes mais chances de desenvolver doenças vasculares, como ataques cardíacos e infartos, ambos ligados ao mau funcionamento dos vasos sangüíneos.

O estudo, divulgado na publicação científica Diabetes, testou os efeitos do sulforafano em células dos vasos sangüíneos danificadas por altos níveis de glicose (hiperglicemia), associados à diabetes.

Eles verificaram que o composto encontrado no brócolis reduziu em até 73% o nível de moléculas chamadas Espécies Reativas do Oxigênio (ROS, na sigla em inglês), produzidas em excesso quando o organismo concentra altos níveis de açúcar.

Segundos os especialistas, essas moléculas danificam as células humanas.

Eles também descobriram que o sulforafano ativou uma proteína chamada nrf2, que protege células e tecidos ao produzir enzimas antioxidantes e desintoxicantes.

O coordenador da pesquisa, Paul Thornalley, disse que o estudo sugere que substâncias como o sulforafano podem ajudar a conter o aparecimento de doenças vasculares em pacientes com diabetes.

“No futuro, será importante testar se uma alimentação rica em brócolis e outros vegetais brassica (como couve-flor e repolho) pode se traduzir em benefícios para os que sofrem da doença. Esperamos que sim”, disse o pesquisado

Fibra de frutas e vegetais pode combater câncer, diz estudo

 frutas e verduras
A pectina é uma fibra encontrada na maioria das frutas e verduras
Uma fibra encontrada na maioria das frutas e vegetais pode ajudar a evitar o câncer, segundo uma pesquisa britânica.

O estudo que ainda está sendo realizado pelo Institute of Food Research sugere que a pectina, uma fibra comum em vários alimentos, de batatas a ameixas, ajudaria a lutar contra a doença.

O coordenador da pesquisa, professor Vic Morris, usou microscópios de alta tecnologia para estudar a pectina e, segundo os resultados, um fragmento liberado pela fibra se liga a uma proteína associada a todos os estágios do câncer, chamada Gal3, inibindo-a.

"A maioria das alegações de que alimentos com efeitos contra o câncer são baseadas em estudos de populações. Para esta pesquisa, testamos um mecanismo molecular", disse o pesquisador.

Morris ainda está trabalhando na pesquisa, mas afirmou que existem provas suficientes de que muitos tipos de frutas e verduras têm propriedades contra o câncer.

A quantidade de pectina em frutas e verduras varia, mas as maçãs e laranjas teriam grandes quantidades, enquanto os morangos e as uvas teriam baixa concentração da fibra.

Espinafre

Para o professor Vic Morris, muito tem se falado sobre os superalimentos (espinafre e mirtilo - blueberry, em inglês), mas a pesquisa mostra que o melhor é comer uma variedade maior de alimentos.

"Ouvimos falar tanto dos 'superalimentos', mas para uma combinação de efeitos diferentes poderá ser melhor consumir uma grande variedade de frutas e vegetais", afirmou.

"Não estou falando (para as pessoas) não comerem os superalimentos, mas que consumam os outros também."

"É muito difícil saber qual o efeito dos superalimentos, pois as provas não estão disponíveis", disse uma porta-voz da Fundação Britânica de Nutrição.

"Mas, certamente, não devemos nos concentrar nestes tipos (de alimentos) e ignorar outras frutas e verduras", afirmou.

Dieta vegan protege pessoas com artrite, diz estudo

Frutas e vegetais fazem parte da dieta chamada "vegan"
Uma pesquisa de um instituto sueco sugere que as pessoas que sofrem de artrite reumatóide podem reduzir o risco de ataques cardíacos e derrames se seguirem uma dieta vegan – nome dado à dieta vegetariana radical, em que não há consumo de carne, leite e seus derivados - e sem glúten.

Ataques cardíacos e derrames estão entre as principais causas de morte de pacientes que sofrem de artrite reumatóide, pois a inflamação causada pela doença tem impacto nas artérias.

Mas, segundo pesquisadores do Instituto Karolinska, de Estocolmo, Suécia, o risco pode diminuir por meio de uma dieta sem produtos animais e sem o glúten, que pode ser encontrado no trigo, aveia, centeio e cevada.

O estudo, publicado na revista Arthritis Research and Therapy, afirma que aqueles que seguem esta dieta têm menos mau colesterol.

O mau colesterol é visto como o fator mais importante em problemas do coração, pois obstrui as artérias.

Dietas

Os pesquisadores do Instituto Karolinska colocaram 38 voluntários que sofriam de artrite reumatóide em uma dieta diária composta por 10% de proteína, 60% de carboidratos e 30% de gordura.

A dieta incluía nozes, sementes de girassol, frutas e vegetais e cereais. O leite de gergelim fornecia a fonte diária de cálcio.

Outros 28 voluntários seguiram uma dieta saudável com aproximadamente as mesmas proporções de proteínas, carboidratos e gordura.

Gorduras saturadas não compreendiam mais do que 10% do consumo diário de energia e produtos integrais foram usados o máximo possível.

Os voluntários na primeira dieta, a vegan, mostraram uma diminuição no nível total de colesterol e, especificamente, uma redução na quantidade de lipoproteína de baixa densidade (LDL), conhecido como o mau colesterol.

Os que estavam na dieta comum não mostraram variações significativas nos níveis de colesterol.

Segundo os pesquisadores, existe uma "grande quantidade de provas" que sugerem que estas mudanças foram benéficas para evitar o bloqueio das artérias e as doenças cardiovasculares.