quarta-feira, 29 de julho de 2009

Chocolate amargo reduz pressão em 15 dias, diz estudo

Chocolate
Os flavonóides atuariam na redução da pressão sangüínea
Comer alguns gramas de chocolate meio-amargo enriquecido por dia durante duas semanas pode ajudar a reduzir os riscos de doenças cardíacas, sugere um estudo publicado na edição de setembro da revista científica Journal of Nutrition.

Segundo a pesquisa, compostos conhecidos como flavonóides, presentes no cacau, principal ingrediente do chocolate, seriam os responsáveis pela ação benéfica do alimento.

Isso porque os flavonóides impulsionam o aumento da produção de óxido nítrico - uma substância química produzida pelo corpo que atua no relaxamento e dilatação das artérias.

O consumo de chocolate enriquecido com os compostos ajudaria na redução da pressão sangüínea e da resistência à insulina – fatores que contribuem para diminuir o risco de doenças cardíacas.

"Nossa descoberta sugere que uma dieta com alimentos à base de cacau ricos em flavonóides e pouco calóricos podem ter um impacto positivo nos fatores de risco das doenças cardíacas", diz o estudo.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Incidência de câncer é menor entre vegetarianos, diz estudo

Legumes (arquivo)

Quase um terço dos participantes adotavam dieta vegetariana

Um estudo realizado na Grã-Bretanha sugere que uma dieta vegetariana pode ajudar a prevenir câncer.

Os pesquisadores analisaram dados de 52,7 mil pessoas com idades de 20 a 89 anos, e concluíram que as que não comiam carne tinham uma incidência significativamente menor de câncer do que as que incluiam carne em sua dieta.

O estudo revelou, contudo, que os vegetarianos - quase um terço dos participantes - tinham uma maior incidência de câncer colorretal, que abrange tumores que atingem o cólon (intestino grosso) e o reto.

Este tipo de câncer geralmente está associado ao consumo de carne vermelha e a descoberta surpreendeu os pesquisadores.

O autor da pesquisa, Tim Key, da organização Cancer Research UK, disse que nenhum estudo anterior havia examinado a dieta vegetariana dessa forma e a questão gera muita confusão.

"É interessante. Ele (o estudo) sugere que pode haver alguma redução do risco de câncer em vegetarianos e pessoas que comem peixe e precisamos examinar isto com cuidado", afirmou.

"Ele (o estudo) não sustenta a ideia de que vegetarianos têm uma incidência mais baixa de câncer colorretal e eu acho que (...) nós precisamos analisar com mais cuidado como a carne se encaixa nisto."

O estudo foi publicado no American Journal of Clinical Nutrition.

Óleo de peixe reduz tumores cancerígenos, diz estudo

Peixes (arquivo)

Ácidos graxos podem ser encontrados em óleos provenientes de peixes

Cientistas da Universidade de Mansoura, no Egito, mostraram que o ácido docosahexanóico (DHA, na sigla em inglês), um ácido graxo Ômega 3 encontrado em óleos provenientes de peixes, pode reduzir o tamanho de tumores e aumentar os efeitos positivos do remédio cisplatina, usado na quimioterapia.

O estudo, liderado pelo professor A.M. El-Mowafy e descrito na revista especializada Cell Division, foi feito com base em experiências com ratos.

A equipe estudou os efeitos do DHA em tumores sólidos em ratos e também investigou como este ácido graxo interage com a cisplatina, medicamento usado na quimioterapia e que causa danos aos rins dos pacientes.

"O DHA já tinha sido associado à proteção contra doenças cardiovasculares e neurológicas, mas havia uma falta de informações particularmente em relação a interação (do DHA) com remédios de quimioterapia", escreveram os pesquisadores.

No seu estudo, os cientistas descobriram que "o DHA extraiu alguns efeitos importantes da quimioterapia e aumentou consideravelmente os da cisplatina. Além do mais, este estudo é o primeiro a revelar que o DHA pode cancelar os danos ao tecido renal, um efeito letal induzido pela cisplatina", afirmou o pesquisador.

Bebidas quentes podem aumentar risco de câncer, diz estudo

Chá (arquivo)

O risco da doença está ligado ao consumo regular de bebidas excessivamente quentes

Uma pesquisa da Universidade de Teerã sugere que o consumo de bebidas excessivamente quentes, a 70 graus centígrados ou mais, pode aumentar o risco de câncer no esôfago.

Especialistas afirmam que a descoberta pode explicar o aumento no risco de câncer no esôfago entre populações de países fora do Ocidente.

O câncer no esôfago, o tubo muscular que leva os alimentos da garganta para o estômago, mata mais de 500 mil pessoas no mundo todo por ano e o carcinoma das células escamosas do esôfago (OSCC, na sigla em inglês) é o tipo mais comum.

Cigarros e bebidas alcoólicas são os principais fatores ligados ao desenvolvimento de câncer no esôfago na Europa e países da América.

Mas ainda não se sabia a razão de outras populações no resto do mundo apresentarem altas taxas da doença, apesar de já existir uma teoria que liga o consumo regular de bebidas muito quentes a danos no revestimento interno do esôfago.

A pesquisa foi publicada na revista especializada British Medical Journal.

Mel pode ajudar a combater infecções hospitalares, diz estudo

Abelha em flor de Manuka

Mel Manuka é típico da Nova Zelândia

Um estudo realizado na Austrália mostrou que uma variedade de mel típica da Oceania pode ser um eficiente agente no tratamento de infecções de pele e no combate a infecções hospitalares.

Cientistas da Universidade de Sydney descobriram que o mel neo-zelandês conhecido como Manuka contém uma substância altamente tóxica para bactérias, chamada metilglioxal.

"A superbactéria conhecida como MRSA, que é resistente a vários tipos de antibiótico e pode provocar várias infecções graves em hospitais, é altamente sucetível ao mel", explicou à BBC Dee Carter, um dos autores do estudo.

Segundo o cientista, em tese, o metilglioxal também seria tóxico aos seres humanos. "Mas há outras substâncias no mel que evitam que ele seja tóxico para as células humanas, ao mesmo tempo em que promove a destruição das bactérias", disse.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Óleo de palma substitui gordura trans

Presente em muitos alimentos industrializados, composto aumenta colesterol ruim e prejudica saúde cardiovascular


Mesmo com menos gordura trans, alimentos industrializados ainda têm altos teores de gorduras saturadas -também danosas à saúde cardiovascular porque aumentam os níveis de LDL (colesterol ruim) no sangue. É o que aponta estudo feito na Unidade de Lípides do InCor e na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.

O responsável é o óleo de palma, que confere características semelhantes às da gordura trans em alimentos, como textura crocante e maior durabilidade. Ele tem sido usado no Brasil como substituto da trans, após a decisão do Ministério da Saúde de obrigar a indústria a reduzir a quantidade desse tipo de gordura nos produtos. E já é largamente utilizado em outras partes do mundo onde a gordura trans foi banida.

No trabalho, publicado na última edição da "Revista da Associação Médica Brasileira", foram avaliados margarinas, biscoitos doces recheados, biscoitos salgados, batatas fritas e hambúrgueres.

"Esperávamos uma quantidade razoável de gordura saturada no hambúrguer porque ele tem carne. Mas nos surpreendemos muito com os outros produtos, que continham pouca trans, mas muita gordura saturada, que vinha do óleo de palma", afirma Ana Carolina Gagliardi, nutricionista e doutoranda em cardiologia pela Faculdade de Medicina da USP, responsável pelo estudo.

A batata frita e os biscoitos salgados e doces foram os que apresentaram a maior proporção de gorduras saturadas.

De acordo com Jane Show, engenheira de alimentos do Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos) e presidente da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, as empresas têm diminuído os níveis de gordura trans de seus produtos. Em dezembro de 2008, o Ministério da Saúde e a indústria de alimentos definiram que a gordura trans deve ser reduzida até 2010.

"O consumidor não quer mais comprar produtos com trans. As indústrias passaram a usar o óleo de palma, que tem valores altos de gordura saturada. Não se proíbe o uso de gordura saturada, mas tem de estar declarada no rótulo", diz.

"Esquecidas"

Para Gagliardi, as gorduras saturadas ficaram "esquecidas" diante da preocupação com a do tipo trans. "O efeito deletério é similar. Alguns trabalhos dizem que não, mas os que falam bem do óleo de palma foram feitos em animais ou patrocinados por fabricantes. Pesquisas mais sérias apontam riscos parecidos", acrescenta.

Para outros especialistas, a gordura trans, além de aumentar o LDL sanguíneo, também reduz os níveis de HDL (colesterol bom) e, por isso, é mais perigosa do que as saturadas.

"Os produtos ficaram melhores, mas não é por isso que podemos comer à vontade. Deve-se ler o rótulo, saber que ainda são ricos em gorduras. Estão trocando um ingrediente que é duas vezes ruim por um que é uma vez só", diz a nutricionista Camila Gracia, do Setor de Nutrição Preventiva do HCor.

A Folha procurou a Abia (Associação Brasileira da Indústria Alimentícia) para comentar a pesquisa, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

Fonte: Folha de São Paulo